Provérbios 22:6 – “Educa a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”
Meu filho João Gabriel é um menino saudável, inteligente e abençoado por Deus. Gosta de jogar bola de gude e de soltar pipa. A respeito desta última brincadeira eu o vinha advertindo sobre os perigos com as linhas de cerol e com o fato de ficar correndo atrás das pipas que estão caindo do céu.
Como todo menino saudável com quase 12 anos, às vezes obedece, e às vezes desobedece.
Por último ele se juntou com um jovem desocupado que tem mais de 20 anos de idade. O jovem cozinhou um cerol de primeira no fundo do quintal e o João veio me mostrar o material todo empolgado. “Olha pai que cerol filé... ninguém sabe do que é feita essa massa... ele [o rapaz] não conta pra ninguém”, disse o meu filho.
“João – adverti – não quero que você ande com esse rapaz soltando pipas, muito menos com cerol. Soltar pipas com cerol é crime que dá cadeia e pode tirar a vida de alguém, se uma linha dessas passar no pescoço de um motoqueiro, por exemplo. Não quero você com esse rapaz”, expressei.
Mas o João voltou a brincar com o amigo bem mais velho. Eu que estava trabalhando no escritório que fica mesmo em casa, percebi. Mas ponderei muitas coisas e preferi não chamar-lhe a atenção. Sou do tipo que não discute os mistérios de Deus. Há coisas óbvias que a gente discute e pondera, mas há coisas que é melhor deixar Deus resolver, como esta.
O que eu estou querendo dizer é que, ao perceber que o João havia voltado a brincar com o rapaz, eu como pai bem poderia tê-lo trazido de volta para dentro de casa, advertido-o novamente e ter-lhe dado um castigo qualquer. Mas como disse, deixei-o lá, porque eu quis, porque achei melhor, porque tinha certeza que esse problema seria corrigido, de uma forma ou de outra.
Minha pouca experiência como pai já me ensinou o seguinte: não adianta querer “empurrar” nada de “goela abaixo” nos filhos. Às vezes é necessário, mas na maior parte do tempo é melhor deixa-los aprender com as próprias experiências e, consequentemente, com as próprias dores. Nós como pais e mães não somos, naturalmente, propensos a isto, mas se analisarmos essa questão, sob os mais variados aspectos, veremos que nossos filhos aprenderão muito mais “quebrando a cara” na nossa presença, do que, depois, “quebrando a cara” no mundo.
Pois bem, durante todo esse dia o João brincou com o jovem desocupado. Em local seguro, derrubaram umas duas ou três pipas adversárias com o cerol. O João até vendeu pipa e ganhou dinheiro com a brincadeira, proeza que veio contar sorridente ao final da tarde, quando lhe chamei a atenção novamente.
À noite João teve um sonho.
Segundo relatou, ele soltava uma pipa que caiu. Correu para apanha-la como as crianças fazem, mas ao chegar no local onde caíra, viu dois meninos que se adiantaram, pegaram a pipa e saíram correndo. Ele não viu quem eram os meninos. Apenas correu atrás deles pedindo para que devolvessem o perigoso brinquedo.
E os meninos correram bastante até que chegaram a um homem que também estava de costas. Esses dois meninos entregaram a pipa para o homem e saíram. Então João, meu filho, chegou para o homem e disse: “Ou, devolve a minha pipa aí”. O homem ficou de costas por mais um segundo, e virou-se.
E João conheceu quem era o homem. Ele era o meu pastor Josafá Xavier, o líder da minha cobertura na Visão Celular; aquele que ora por mim e por minha família. Com sua brandura costumeira, Josafá quebrou a pipa em suas mãos e olhando para o menino apenas disse: “Não pode!”, ao que João acordou.
Eu estava no banheiro quando ouvi João contando o sonho para minha esposa Rafaela Del Negri, sua mãe. De lá mesmo eu disse: “Então hoje Deus te mostrou Cosme e Damião, dois demônios com características de criança, para que você conheça e saiba quem está te influenciando, em primeiro lugar, a me desobedecer, e em segundo lugar, a fazer o que não deve, uma vez que eu te disse que soltar pipa com cerol é crime, ou seja, você, ontem, participou de uma brincadeira criminosa o dia todo, apesar de eu ter te advertido”.
João ficou impactado. A mãe ficou em silêncio. Na noite seguinte Rafaela teve um sonho com os mesmos meninos, confirmando assim o que eu havia afirmado, para honra e glória do nome do Senhor Jesus. Tenho certeza que João, inteligente como é, terá outras brincadeiras para brincar, inclusive com amigos de idades compatíveis, sem que eu me estresse com isto. Amém!
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